Arquivo de 22/03/2010

Ó DO BOROGODÓ NO TAH LIGADO!

Formado no bar de samba e choro da Vila Madalena de mesmo nome, o Ó do Borogodó é composto por Gian Correa (violão), Ildo Silva (cavaquinho), Alexandre Ribeiro (clarinete) e Roberta Valente (pandeiro). O grupo apresenta choros de autores tradicionais do estilo, como Esmeraldino Salles e Osvaldo Colagrande (Novato), K-Ximbinho (Ternura), Astor Silva (Chorinho de Gafieira) e Waldyr Azevedo (Vê se Gostas), além de canções de compositores contemporâneos como Altamiro Carrilho (Bem Brasil, Baião na Síria, Carioquinhas no Choro, Lyra, Deixa o Breque pra Mim e Esquerdinha na Gafieira), Toninho Ferragutti (Chapéu Palheta), Sivuca (Um Tom para Jobim) e João Bosco (Prêt-à-Porter de Tafetá). O grupo gravou seu primeiro CD em 2007 pela gravadora Lua Discos, Um Tributo a Altamiro Carrilho, com o qual foi pré-indicado ao Prêmio TIM 2008. Já em 2008, o Ó do Borogodó participou, como convidado especial, da gravação do CD da Ternurinha da Jovem Guarda, a cantora Wanderléia. E não param por aí: foram convidados para participar da gravação de duas músicas para o CD Tributo a Ataulfo Alves, a ser lançado pela Lua Discos. Não percam nesta sexta-feira, dia 26 de março no programa TAH LIGADO! Ó DO BOROGODÓ, às 16 h pela http://www.alltv.com.br.

Depois de A princesa e o sapo e Moby Dick, Will Eisner usa a linguagem da história em quadrinhos para apresentar aos leitores jovens um dos maiores clássicos da literatura mundial: Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1547-1616). Em ritmo movimentado, ele conta as aventuras do sonhador que era visto como um velho maluco e mostra de que maneira os sonhos de Dom Quixote acabaram sendo eternizados. Cervantes publicou a primeira parte de El ingenioso hidalgo don Quijote de la Mancha em 1605 e teve uma acolhida entusiástica. A segunda parte surgiu somente em 1615. O conjunto contém uma crítica aos ideais da cavalaria, instituição feudal que já desaparecera havia muito tempo e que entretanto continuava a ser cultuada na Espanha. Para narrar a história do “cavaleiro de triste figura”, Will Eisner, o criador do Spirit, usa todo o seu poder de síntese. Tanto no plano das imagens como no plano do texto, cada quadrinho é altamente informativo. E nesse Dom Quixote ele é profundamente sintético nos dois sentidos: primeiro, na escolha dos episódios narrados (acompanhamos aqui, por exemplo, a grande batalha contra o moinho de vento), e, segundo, no modo de desenhá-los. O resultado constitui uma forma divertida e inteligente de apresentar a obra de Cervantes aos leitores jovens. Título Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ 1999, categoria tradução/criança.

THE SPIRIT - CRIAÇÃO DE WILL EISNER

Filho de judeus imigrantes, Eisner nasceu no Brooklyn, Nova York, onde passou sua juventude. Enquanto estudava no Instituto DeWitt Clinton, no Bronx, colaborou com Bob Kane na revista da escola. Em 1936 entrou para a equipe da revista WOW What a Magazine!, dirigida por Samuel Iger. Nesta revista Eisner criou diversas histórias: a série de aventuras Captain Scott Dalton; a história de piratas; The Flame, onde assinava com o nome de “Erwin”; a história de espionagem Harry Karry (com o pseudônimo de Bill Rensie) , entre outras. No ano seguinte, com o fim da revista WOW, Eisner fundou com Iger o Eisner-Iger Studio, onde trabalharam grandes nomes das histórias em quadrinhos como Bob Kane e Jack Kirby. Até 1939, Eisner criou diversas séries como a história de piratas Hawks of the Seas. Ao fim da década, Eisner e Iger dividiram sua sociedade. Iger passou a ser diretor de publicações da editora Fiction House, e Eisner passou a criar quadrinhos para a Quality Comics Group. Criou o personagem Doll Man e os personagens da série Falcão Negro, ambientada na 2a Guerra Mundial. Dali, começou a produzir histórias no formato de 16 páginas do suplemento dominical dos jornais, onde apareciam sempre três histórias de várias páginas cada uma. Sua estréia foi em 2 de junho de 1940, e no princípio incluía The Spirit, Lady Luck e Mr. Mystic. The Spirit é a história de um detetive mascarado, Denny Colt, um herói sem superpoderes que protege os habitantes da cidade fictícia de Central City. A série se destacou pela inovação dos enquadramentos quase cinematográficos, os efeitos de luz e sombra e as inovadoras técnicas narrativas, além da qualidade do roteiro e da arte. Sempre a presença de belas mulheres, cenas hilariantes, melodramáticas, mas que enfatizavam sobretudo o aspecto humano dos personagens. Em 13 de outubro de 1941 The Spirit começou a ser também publicado como tira diária. Eisner deixou a série em 1942 ao ser mobilizado pela Segunda Guerra Mundial, onde produziu pôsteres, ilustrações e histórias propagandísticas para o exército norte-americano. A série The Spirit, que havia sido continuada por outros artistas devido à sua ausência, foi retomada por Eisner em 1945. Como tira dominical, The Spirit prosseguiu até 28 de setembro de 1952, e é considerada uma das obras mais importantes das histórias em quadrinhos. Ao mesmo tempo que desenhava The Spirit, Eisner fundou a American Visuals Corporation, empresa dedicada a criação de comics, vinhetas humorísticas e ilustrações, que acabou absorvendo a maior parte do seu tempo, separando-lhe da criação de histórias. Somente quando o editor holandês Olaf Stoop reeditou The Spirit, no começo dos anos 70, Eisner voltou a interessar-se pela criação de histórias em quadrinhos. Em 1978 criou Um Contrato com Deus (A Contract With God), considerada a primeira graphic novel do gênero, que consiste em quatro histórias acerca da vida no Bronx nos anos 30. Depois desta obra, Eisner prosseguiu criando graphic novels com regularidade, como Life on Another Planet (1978), O Sonhador (The Dreamer, 1986), O Edifício (The Building, 1987), No Coração da Tempestade (In the Heart of the Storm, 1991), Invisible People (1991-92), entre outros. Um mês antes de morrer concluiu sua obra mais política, A Conspiração (The Plot, 2005), um ensaio gráfico sobre a história do livreto Os Protocolos dos Sábios de Sião. Eisner teve uma importância decisiva para demonstrar que histórias em quadrinhos não são meio de entretenimento apenas para crianças e adolescentes. Além de sua carreira como quadrinista, Eisner ensinou Técnicas de Quadrinhos na Escola de Artes Visuais de Nova York, e escreveu obras fundamentais na criação de histórias em quadrinhos: Os Quadrinhos e a Arte Sequencial (Comics and Sequential Art) e A Narrativa Gráfica (Graphic Storytelling). Em 1988 a indústria dos quadrinhos prestou tributo à Eisner criando o Prêmio Will Eisner, mais conhecido como “Eisners”, que servem como uma premiação pelo “conjunto da obra” nas histórias em quadrinhos.Will Eisner morreu em 3 de janeiro de 2005 em Laurderdale Lakes, Flórida, devido a complicações cardíacas depois de uma cirurgia em 22 de dezembro.