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Itamar Assumpção e a banda Isca de Polícia, Premê, Grupo Rumo,  Paulo Barnabé, Luiz Tatit, Ná Ozetti, Fernando Meirelles, Marcelo  Tas, Passoca, Roger Moreira, Eduardo Gudin, Wandi Doratiotto,  Cida Moreira, Lanny Gordin, Nelson Ayres, Amilson Godoy, Kid  Vinil, Vânia Bastos, Tetê Espíndola, Alzira Espíndola, Alice Ruiz, Bia  Aydar, Elias Andreatto, Paulo Le Petit, Hélio Ziskind…

Sete anos de intensa atividade artística e intelectual passadas a limpo  ao longo de 97 minutos do documentário musical Lira Paulistana e  a Vanguarda Paulista. A tarefa parece difícil, mas o diretor Riba de  Castro – um dos sócios do Lira, pequeno espaço cultural que agitou  a vida da cidade de São Paulo entre os anos de 1979 e 1986 – amarra  bem as diversas e divertidas histórias contadas com prazer e brilho  nos olhos pelas personalidades (e que turma!) elencadas acima. Ter uma grata lembrança sobre o Lira parece um ponto em comum  a todos os entrevistados. Afinal, foi lá que muitos desses artistas  deram os primeiros passos de suas carreiras. Tempos duros, de muito  trabalho, mas também de grandes descobertas e muita criatividade. E eles descobriram tudo junto, no palco do pequeno porão, no bairro  de Pinheiros, em São Paulo, transformado para abrigar o Teatro Lira Paulistana.

“Era uma catacumba. Lá aconteciam coisas que não aconteciam na superfície”, diz Luiz Tatit, o mentor do Grupo Rumo, sobre a liberdade de criação que habitava o porão do Lira. Todos eram bem recebidos. Os artistas independentes, que não tocavam nas rádios e na televisão, que não faziam música comercial. Os ‘marginais’, como chegaram a ser chamados à época. E o Grupo Rumo é um dos grandes exemplos dessa vontade de  criar e de se expressar que chegava no momento em que o regime  militar brasileiro dava claros sinais de cansaço. A Vanguarda

Paulista, capítulo importante do filme, mostra que além do Rumo,  Língua de Trapo, Premeditando o Breque (Premê), Tetê Espíndola  e Itamar Assumpção encontraram no Lira o ambiente ideal para a sua inventiva música. Menos Arrigo Barnabé, que nunca chegou a  se apresentar por lá por um simples motivo: a Banda Veneno, que o  acompanhava nos shows, não cabia no pequeno palco, como explica o documentário.

O diretor Riba de Castro, que durante todos esses anos guardou o acervo do teatro, faz questão de apresentar todas as outras crias do Lira: a gravadora – que lançou o primeiro disco de Itamar Assumpção, o clássico Beleléu, leléu, eu; a gráfica, que colocou no mercado o primeiro livro do cartunista Glauco, além de botar na rua o Jornal Lira Paulistana, que antecipou o que hoje se conhece como os guias de cultura publicados por diversos jornais e revistas.

E engana-se quem pensa que a turma do Lira ficou restrita a São Paulo. O documentário mostra que, em seus últimos anos de existência, o espaço antecipou o que iria dominar as estações de rádio do país na primeira metade de década de 80: o rock nacional.

Foi lá no porão que, ironicamente, as gravadoras foram buscar bandas como Titãs – os então garotos Arnaldo Antunes, Paulo Miklos e Nando Reis aparecem em imagens de arquivo teorizando sobre o que é o sucesso – Ultraje a Rigor e Inocentes.

O documentário Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista, do diretor Riba de Castro, nos convida a vasculhar sebos, lojas de CD, registros publicados no YouTube para relembrar ou conhecer a turma que agitou a vida cultural de São Paulo nos anos 80. Salve o Lira!

A HISTÓRIA DO LIRA PAULISTA

“A felicidade do homem é uma felicidade guerreira. Viva a Rapaziada! O gênio é uma grande besteira.” (Oswald de Andrade)

A frase do escritor paulistano Oswald de Andrade, o irreverente príncipe do modernismo brasileiro, pode muito bem explicar o que norteou o surgimento e os sete anos de existência do Lira Paulistana.Em 1979, Waldir Galeano, um ex-administrador de empresas, e Wilson Souto Jr, o Gordo, um ex-estudante de engenharia e músico, idealizaram uma pequena sala de espetáculos que fosse viável para a apresentação de novos trabalhos. Com pouco dinheiro disponível, alugaram um porão de uma loja de ferragens localizado na rua Teodoro Sampaio, número 1091. Reformaram o local e criaram ali o Teatro Lira Paulistana.

“É fogo Paulista!”, espetáculo teatral musical de criação coletiva, dirigido por Mário Mazetti, foi a peça que inaugurou o Lira. Durante três meses, o espetáculo ficou em cartaz, sempre de quarta a domingo. Aos poucos, as segundas e terças-feiras ociosas do novo espaço começaram a ser ocupadas por grupos musicais que não tinham possibilidade de se apresentar nas salas convencionais existentes na cidade. Como o Lira era um teatro pequeno, barato e com uma boa infraestrutura, ele se tornou um espaço ideal para quem queria dar os primeiros passos na carreira musical. Foi assim que o Lira virou um ponto de encontro dos músicos e da nova música paulistana.

Mesmo assumindo sua vocação musical, o Teatro do Lira sempre foi múltiplo, abrigando em suas arquibancadas e na pequena semi-arena do acanhado porão as mais diversas manifestações e tendências. O Lira foi teatro, cinema, sala de exposições e palco de debates. O Lira abrigou a tudo e a todos. Tentou ser a coletânea paulistana contemporânea de qual falava o poeta paulistano Mário de Andrade no seu livro Lira Paulistana. De centro, o pequeno espaço na rua Teodoro Sampaio passou a ser o epicentro, o irradiador de cultura. A divisão musical foi reforçada com a criação de uma gravadora própria.

O primeiro disco do selo Lira Paulistana, que tinha uma parceria com a gravadora Continental, foi lançado em 1980, Beleléu, leléu, eu, do músico e compositor Itamar Assumpção. A iniciativa fez com que outros dois integrantes chegassem para reforçar a equipe do Lira: o quase filósofo Francisco Caldeira – o Chico Pardal – e um engenheiro, Plínio Chaves.

Logo em seguida, chegaram Riba de Castro, artista gráfico e produtor cultural, e o jornalista Fernando Alexandre, com projetos e ideias de um jornal que mostrasse o tamanho da diversidade cultural paulistana. Dessa maneira, estava formado o núcleo central do Lira: Gordo, Chico Pardal, Plínio Chaves, Riba de Castro e Fernando Alexandre. Mas o Lira não ficou apenas no pequeno porão. Primeiro, para abrigar a redação do jornal recém-criado, uma casa na praça Benedito Calixto recebeu uma pequena máquina impressora. Foi nessa casa também que os discos e livros que o grupo produzia eram vendidos. O local abrigou ainda um grupo de teatro do próprio Lira.

 

O Jornal Lira Paulistana foi para as ruas e junto com ele a música que era mostrada no porão da Teodoro Sampaio. Foi aí que o espaço ficou pequeno. A música do Lira invadiu praças e ruas. Festa na Praça, Música na Paulista, Música na USP, Reveillon no Bexiga, Instrumental na Praça, Verão MPB I e II, em Santos e Praia Grande. O Lira começava a sair de São Paulo.Com o sucesso dos shows e dos artistas que passavam pelo Lira, e por lá passaram nomes como Itamar Assumpção, Grupo Rumo, Premê, Paulo Caruso, Tetê Espíndola, Cida Moreira, Ultraje a Rigor, Titãs, Cólera, Grupo Pau Brasil, Ratos de Porão, Jorge Mautner, Carlos Nóbrega, Tom Zé e Jards Macalé, Aracy de Almeida, entre outros, a gravadora se associou à Continental em busca de uma estrutura para uma melhor produção e distribuição dos discos.

Os tempos mudaram e o Lira passou a concorrer com novos espaços culturais que começaram a surgir pela cidade. O acordo com a gravadora Continental não rendeu o que era esperado e os grupos ligados ao Lira começam a buscar novos caminhos. O núcleo central do Lira começou, então, a se diluir. Wilson Souto Jr assumiu a direção artística da Continental e passou a se dedicar menos ao Lira. Em seguida, Fernando Alexandre saiu do grupo e foi trabalhar na Fundação Cultural de Curitiba. Logo depois, Plínio e Riba de Castro se afastaram. Chico também foi trabalhar na Continental.

O famoso teatro da Teodoro Sampaio resistiu por algum tempo ainda, passando a ser administrado por membros remanescentes, entre eles o Wilson Justino e o Eduardo Schiavone Cardoso, que trabalhava no Lira praticamente desde o seu começo. Em setembro de 1986, o Teatro Lira Paulistana fechou definitivamente as suas portas.

A VANGUARDA PAULISTA

Ser um artista independente. Atualmente, essa condição tem um ar cult. Também é uma alternativa quase vital na carreira de muitos artistas, já que, com o declínio das gravadoras e a pirataria prejudicando seus faturamentos, as companhias só investem no que gera lucro rápido e garantido. Mas houve um tempo em que ser um artista independente significava muito mais do que tentar se inserir no mercado. Significava ter liberdade de criar, de ser marginal dentro de um esquema pré-estabelecido, de ir contra o mercado. No início dos anos 80, uma turma de jovens artistas – em sua maioria estudantes de comunicação – conseguiu se estabelecer dessa maneira: à margem, sem concessões, fazendo aquilo que acreditava.

A chamada Vanguarda Paulista, que teve Arrigo Barnabé como seu maior expoente, trouxe também ao cenário musical nomes como Itamar Assumpção, Grupo Rumo, Premeditando o Breque (Premê) e Língua de Trapo.

Totalmente distante do que as rádios tocavam e as gravadoras apostavam como produto comercial – a MPB tradicional reinava, com a consolidação das carreiras de grandes artistas como Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa, Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso, Clara Nunes, Ney Matogrosso, Simone, entre outros –, a música produzida por esses artistas encontrara na estrutura oferecida pelo Lira Paulistana o ambiente ideal para suas manifestações artísticas.

A produção dessa turma era tão plural que, mesmo todos recebendo o carimbo de Vanguarda, não é possível estabelecer uma unidade entre a música que faziam. Não era um movimento orquestrado. Era uma movimentação. E mais: era uma vanguarda que matinha uma capacidade de comunicação com o público. A música do paranaense Arrigo, por exemplo, fazia releitura de peças clássicas e ficou marcada por seus arranjos dodecafônicos e atonais. Um trabalho bastante experimental. O disco independente Clara Crocodilo, gravado com a Banda Veneno, se tornou um clássico da música popular brasileira.

Já Itamar Assumpção fazia uma mistura de samba, rock, funk e reggae. O músico lançou seu primeiro LP em 1980. Beleléu, leléu, eu – gravado com acompanhamento da banda Isca de Polícia – foi também o primeiro disco lançado pelo selo Lira Paulistana, criado para abrigar artistas e bandas que não se encaixavam – ou não se rendiam – ao esquema das gravadoras.

O Grupo Rumo, que tinha em sua formação Luiz e Paulo Tatit, Ná Ozetti, Gal Oppido, Hélio Ziskind, Akira Ueno, Ciça Tuccori, Pedro Mourão, Zecarlos Ribeiro e Geraldo Leite, trabalhava bem as melodias vocais e trazia canções quase faladas, com grande influência da música popular brasileira. Liderado por Wandi Doratiotto, o Premeditando o Breque (Premê) emplacou o maior sucesso da turma da Vanguarda. São Paulo, São Paulo, uma versão bem humorada da famosa New York, New York, virou uma marca registrada do grupo que tinha claras influências da música regional e do samba.

Por fim, o irreverente Língua de Trapo abusava do escracho em suas letras em um som que misturava pop e rock. A canção O que é isso, companheiro, lançada no primeiro LP da banda, em 1982, satirizava Fernando Gabeira, recém-chegado do exílio político, além de mostrar que uma produção independente, com personalidade artística, era possível, a turma da Vanguarda Paulista influenciou artistas surgidos nos anos 80 para cá, como, por exemplo, Zélia Duncan, Cássia Eller, Marisa Monte, Los Hermanos e Tulipa Ruiz.

LAURA FINOCCHIARO é a entrevistada do PROGRAMA TAH LIGADO! Desta sexta-feira dia 30 de março.  LAURA FINOCCHIARO vai realizar um show emocionante e histórico no próximo dia 5 de abril. O palco do MADAME, clube legendário da noite paulistana nos anos 80 e que acaba de ser reaberto em São Paulo no local original, receberá a versão 2.0 de seu show Avoar, verdadeiro evento multimídia que estreou no Harbourfront Centre, em Toronto (Canadá), e teve uma temporada de sucesso no Brasil em 2011. LAURA começa 2012 apresentando a versão 2.0 de seu “pocket high tech show” – eletroacústico e multimídia – no MADAME, lugar central na vida e carreira da cantora. Foi lá que ela conheceu Cazuza e do encontro nasceu a canção “Tudo é Amor”, composta pela dupla e entoada, além dos dois, por Ney Matogrosso no LP “Quem não vive tem medo da Morte”. Após quase seis anos fechada, a casa reabre com novo nome e programação de shows dos melhores artistas do circuito alternativo. Sob a administração dos sócios Gé Rodrigues e Igor Calmona, o MADAME (localizado no histórico casarão do número 873 da Rua Conselheiro Ramalho) também será um centro cultural durante as tardes, com cursos, peças teatrais e exposições. Para celebrar a reinauguração de um dos eixos centrais da noite paulistana dos anos 1980, Avoar – que leva o nome de seu “hit“ criado e produzido ao lado do DJ Tiko’s Groove – será apresentado em versão 2.0 no próximo dia 5 de abril, no novo clube. Desta vez, o show aparece mais malicioso, underground, “sujo”, resgatando o espírito transgressor da casa e da vida noturna das décadas passadas, mas mantendo a aura dançante e pop de ambos. As mudanças, além da disposição de luzes e da qualidade do som, chegam também ao repertório. Para a nova fase, sai a parte mais romântica da apresentação, que contava até com um clássico de Roberto Carlos, para dar lugar a um momento punk rock, que celebra e relembra a época. Mais irreverente e usando da liguagem dance punk rock, o show aparece com um caráter mais nervoso, e traz músicas que marcaram época. “Entram na nova fase do show duas composições minhas com Cilmara Bedaque, ‘Mercenárias’ e a ambígua ‘Garotos e Garotas’. Para relembrar os anos 80, incluímos também a divertida ‘A história da guria que foi trocada por um joguinho eletrônico’, que aborda esse momento cheio de vida e música desta década. Para completar o quarteto, incluímos a ‘Gata da Rua’, tema que apresentei no Rock In Rio 2 e que volta mais ‘malvadinha’, minimalista, uma espécie de mistura entre Kraftwerk e Sex Pistols”, revela LAURA sobre o novo Avoar, adaptado ao clima do MADAME. Ouça a nova versão de “A história da guria que foi trocada por um joguinho eletrônico” AQUI, na entrevista que Laura concedeu ao programa CBN Mix Brasil, na Rádio CBN. Na apresentação, Laura canta, toca guitarra, cavaquinho e um violão “MIDI”, que permite a “soma” de synths virtuais à sonoridade eletroacústica. Seguindo o espírito “ecoglitter”, AVOAR resgata um repertório dos principais temas interpretados ao longo de quase três décadas de carreira musical da artista. Composições próprias como “Dinheiro”, “Conexão” e “Link”, fazem parte do set list, bem como temas populares da MPB, que ganham grooves e novas harmonias, e “Meci Bon Dieu” – música folclórica da Martinica, cantada em dialeto creole. SERVIÇO: LAURA FINOCCHIARO: 30 ANOS DE INDEPENDENCIA NO PROGRAMA TAH LIGADO! – LOCAL – WWW.alltv.com.br – HORÁRIO: 16h – PROGRAMA TAH LIGADO – Apresentação: ANABEL BIAN & PAULO RAGASSI.

Ex-vocalista do Smiths se apresenta em 7, 9 e 11 de março em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Os valores dos ingressos para os shows de Morrissey no Brasil foram confirmados oficialmente nesta quinta, 9 pela produtora XYZ Live, que trará o ex-vocalista do Smiths para três shows no país. As apresentações acontecerão nos dias 7, 9 e 11 de março, em Belo Horizonte (Chevrolet Hall), Rio de Janeiro (Fundição Progresso) e São Paulo (Espaço das Américas), respectivamente. Parte do festival Live Music Rocks, que trará dez atrações até o fim de 2012, o cantor britânico voltará ao Brasil após 12 anos de sua única turnê por aqui. O repertório dos shows é baseado principalmente na carreira solo de Morrissey, cujo disco mais recente é Years of Refusal (2009). Canções como “I Want the One I Can’t Have”, “There Is a Light That Never Goes Out” e “Meat Is Murder”, do Smiths, também estão previstas. Em todas as apresentações na América do Sul, que ocorrerão ainda no Peru, Chile, Argentina e Colômbia, a abertura ficará por conta da cantora e compositora norte-americana Kristeen Young.

Morrissey no Brasil

BELO HORIZONTE

Data: 07 de março, quarta-feira

Local: Chevrolet Hall

Horário abertura portões: 19h

Banda de Abertura Kristeen Young: 21h10

Banda Principal Morrissey: 22h

Link de vendas: Chevrolet Hall BH

Início das vendas: 14 de fevereiro, terça-feira

Pista Premium: R$280,00

Pista e arquibancada: 1º lote – R$ 120,00

Censura: 16 anos

 

RIO DE JANEIRO

Data: 09 de março, sexta-feira

Local: Fundição Progresso

Horário abertura portões: 21h

Banda de Abertura Kristeen Young: 23h10

Banda Principal Morrissey: 00h

Link de vendas: Livepass.com

Início das vendas: 10 de fevereiro, sexta-feira

Preços:

Pista Premium (1º lote) – R$ 420,00

Pista comum (1º lote) – R$ 180,00

Classificação etária: 18 anos

 

SÃO PAULO

Data: 11 de março, domingo

Local: Espaço das Américas

Horário abertura portões: 18h

Banda de Abertura Kristeen Young: 20h10

Banda Principal Morrissey: 21h

Link de vendas: Livepass.com

Início das vendas: 10 de fevereiro, sexta-feira

Pista Premium: R$ 340,00

Pista: R$ 200,00

Classificação etária: 18 anos

Nesta sexta-feira dia 03 de fevereiro às 16 hr pela http://www.alltv.com.br no PROGRAMA TAH LIGADO, Paulo Ragassi e Anabel Bian recebem nos estúdios da allTV a cantora e compositora LUCINA. LUCINA é compositora, cantora, pesquisadora e psicodramatista. Tornou-se conhecida através de suas canções, sucessos nas vozes de Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Nana Caymmi, entre outros; das gravações realizadas pela dupla Luli e Lucina da qual fez parte por muitos anos e através de seus 5CDs e DVD.Há muitos anos desenvolve um trabalho de oficinas de criatividade e composição musical e preparação vocal de atores e cantores. Lucina Iniciou sua carreira profissional como a cantora Lucinha, integrante do Grupo Manifesto, vencedor do Festival Internacional da Canção de 67. Com o grupo fez parte do elenco de apresentadores e cantores do programa musical semanal “O Mundo é Nosso” exibido na TV Continental e posteriormente na TV Excelsior. Contratada pela gravadora Phillips, Lucina inicia carreira solo com o pseudônimo de Lucelena. Assim, grava uma série de discos de Festivais e estréia como compositora ao ser classificada no VIII Festival da TV Record com uma música em parceria com Luis Vieira e em seguida é contratada pela TV Record de São Paulo. Em 72, forma a dupla Luli e Lucinha que, ao optar por gravar um disco independente no país no começo dos anos 80 assume um papel importante ao implantar essa possibilidade de produção no país. Com Antonio Adolfo, Danilo Caymmi, Francisco Mário, cria a Associação de Músicos Independentes que vai legitimar a produção musical independente como alternativa do mercado fonográfico brasileiro. A partir de 1982 passa a assinar seu nome artístico como Lucina. Ao longo de 25 anos, a dupla Luli e Lucina grava quatro LPs e três CDs, se apresenta em centenas de teatros, salas culturais, bares, festivais ao ar livre, projetos de várias Secretarias de Cultura e Instituições por todo o Brasil. Em 1986 produzem e apresentam o programa semanal radiofônico “Conversinha” (rádio USP/SP) e a partir de 1990 expandem internacionalmente seu trabalho nos palcos europeus, em países como Alemanha, França, Suíça e Holanda. Em 1998, Lucina lança seu primeiro CD solo Inteira pra Mim (Dabliú Discos) indicado para o prêmio Sharp de música de 99. Em 2002, lança o CD Ponto sem Nó (Rádio MEC) e em 2004 Gira de Luz (Luzes). De 7/2002 a 2/2003 idealiza e assina a direção musical e roteiro do programa musical Intimidade é Fato, gravado no teatro do SESC Pompéia, SP e exibido através do Canal Multishow. Em 2007 lança o CD A Musica em Mim (Duncan Discos) com a direção musical da maestrina Bia Paes Leme e produção de sua parceira Zélia Duncan. É selecionada para o Premio VISA de Compositores entre mais de 4000 inscritos e chega às semifinais. Em 2008 grava o DVD A Musica em Mim pelo Canal Brasil de televisão em show ao vivo com a participação de Ney Matogrosso, Joyce e Zélia Duncan. Nesse ano participa da expedição Água dos Matos, projeto contemplado pela Natura que veio unir a cultura com a consciência ecológica. Desce os rios Cuiabá e Paraguai levando às populações ribeirinhas nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, gratuitamente, oito shows musicais e oficinas de voz e corpo, de artes plásticas e de educação ambiental. Esse projeto gerou um DVD sobre as condições ambientais da região. Em 2010 lança o CD + Mais do que Parece (Flautim 55) onde registra repertório inédito em parceria com Zélia Duncan.

O fascínio pela cultura pop produzida nos anos 80 vem ganhando cada vez mais corpo neste início de século 21. Na verdade, nem se trata de uma novidade. O Brasil sempre viveu inebriado pela nostalgia de décadas passadas. Na década de 80, era comum a retrospectiva dos anos 50 e, principalmente, 60. Hoje, a situação é diferente. Os anos 80 são objeto de diversos tributos prestados nos mais variados meios. Havia uma geração, vinda das décadas anteriores, que atuava nos anos 80. Ela pegava muito no pé da cultura jovem produzida neste período. Diziam que se tratava de uma arte alienada, que era tudo uma festa, coisa de verão. Por outro lado, teve uma geração formada nos anos 80 que hoje está na casa dos 30 anos. Essa geração já tem as condições, os meios e o distanciamento necessário temporal para mostar o quanto tudo aquilo foi importante para o que veio depois, para a cultura brasileira como um todo. Esse revival é explicado pela visão dessas duas gerações. Foi a época em que os jornais começaram a dar espaço à cultura. O Estadão tinha duas páginas de cultura no primeiro caderno, meio perdidas, junto com o esporte. Em 1986, o jornal lançou o Caderno 2. A Ilustrada mudou de cara nos anos 80 com a entrada do Matinas Suzuki Jr., o Pepe Escobar. O Caderno B, do JB, e o Segundo Caderno, do Globo, também mudam nesta época. O Globo lançou o Rio Fanzine. Foi uma época muito importante para a consolidação dos cadernos de cultura nos jornais. Eram tocados por jornalistas jovens e eles retrataram essa cultura jovem. Outra iniciativa pouco lembrada é a do Maurício Kubrusly, com a revista Somtrês, que foi desbravadora e veio a dar na Bizz. É uma época também em que surgiu a polêmica dos críticos-músicos, que tinham bandas ou projetos musicais, como Alex Antunes e Thomas Pappon, da redação da Bizz. Só lembramos deles, mas deixamos de lado que Paulo Ricardo escrevia como jornalista. Lulu Santos escreveu para a Somtrês. O Julio Barroso colaborou com a Veja. O Arnaldo Antunes adorava escrever naquela época, sempre colaborava com jornais. Nós esquecemos que esses grandes nomes da música também atuaram como jornalistas.

LUCIANO NASSYN NO TAH LIGADO!

Nesta sexta no Programa TAH LIGADO! Maga Lieri e Paulo Ragassi receberão Luciano Nassyn.  Ao abandonar o grupo infantil Trem da Alegria, em 1988, o então adolescente Luciano Nassyn levou um choque. Pela primeira vez em 10 anos, ele não teria mais shows, viagens com o grupo, bagunças no aeroporto e brincadeiras em saguões de hotel. “Eu estava fora dos holofotes. Foi o pior momento da minha carreira”, contou o músico em entrevista ao EGO. Filho de músicos, Luciano começou cedo na vida artística. Aos quatro anos, participava de comerciais para a TV e fazia shows infantis ao lado de palhaços. No início dos anos 80, sua carreira despontou ao participar do Festival Internacional da Criança, promovido pela BMG, na época RCA. Foi onde conheceu Patrícia Marx. “Gravamos o disco ‘Clube da Criança’ com Xuxa, Pelé e Carequinha”, disse Luciano. Depois, com a entrada de Juninho Bill e Vanessa, formaram o Trem da Alegria, que virou sucesso no Brasil inteiro com hits infantis. O segundo disco, com músicas como “He-Man”, “Fera Neném” e “Piuí Abacaxi”, vendeu mais de um milhão de cópias. Das boas lembranças da carreira-mirim, ficaram as viagens divertidas com a turma, bagunças em quartos de hotel e até jogo de futebol em aeroporto. “Uma vez nós estávamos em um hotel com a galera do Dominó e quebramos uma vidraça”, diverte-se Luciano. O grupo também abriu vários shows da turnê dos Menudos (boy band de Porto Rico que virou febre adolescente) no Brasil. “A gente viajava no mesmo ônibus. Na época tive mais contato com o Robbie e o Charlie, eles eram muito legais. Anos depois, bati um papo no MSN com o Roy”, disse.  Ao sair da banda, aos 14, Luciano começou a estudar guitarra e iniciou uma fase, segundo ele, de “estudo e vivência”. “Não poderia compor se não tivesse experiência de vida”. Lançou um disco solo, concorreu ao prêmio Sharp, mas a carreira não foi pra frente por problemas de divulgação. Decidido a deixar a música de lado para tentar outros ramos, Luciano fez de tudo: foi dono de confecção e trabalhou com carros, sua outra paixão. “Mas tinha sempre um amigo me chamando para tocar em festinhas. De certa forma, a música veio atrás de mim”. Com este pensamento em mente, o cantor resolveu voltar às raízes. Deixou o cabelo crescer e se dedicou ao rock, seu estilo preferido. “Meu som era pesado, inspirado em bandas como o Sister of a Down”. Mas, segundo ele, as pessoas estranharam o contraste do Luciano de ar angelical, do Trem, com o cabeludo roqueiro de 20 e poucos anos. E mais uma vez não deu certo.  A grande virada aconteceu no início dos anos 2000, quando o revival dos anos 80 fez ressurgir artistas já quase esquecidos pelo público. Luciano passou a fazer shows pegando carona na onda oitentista. Participou do DVD da festa carioca Ploc 80’s e o sucesso voltou. Agora, aos 35 anos, Luciano acaba de lançar o disco “Um algo além”, produzido por Fernando Nunes, que já trabalhou com Cássia Eller e Zeca Baleiro, e tem feito shows no eixo Rio-São Paulo. Seu perfil no MySpace tem cerca de 300 mil visitas, as quais Luciano credita ao boca-a-boca virtual. “Tenho fãs de 14 anos que gostam das minhas músicas de hoje e não conhecem o Trem da Alegria. Mas também tem um pessoal que era criança nos anos 80 e hoje continua curtindo meu som”.  Seu som, aliás, hoje é pop rock e remete a grupos como Capital Inicial e J. Quest. Mas nos shows, ele e a banda fazem covers de tudo o que o público pede. “Não importa se é sertanejo, axé, infantil… Cantamos até Wando. É divertido, animado. ENTÃO NÃO PERCAM NESTA SEXTA, DIA 19 DE MARÇO, ÀS 16 H PELA http://www.alltv.com.br PROGRAMA TAH LIGADO! Maga Lieri & Paulo Ragassi num papo descontraido com Luciano Nassyn.

Um dos programas que motivaram o formato do PROGRAMA TAH LIGADO! foi o FÁBRICA DO SOM! Sempre digo que o Fabrica é um exemplo de como se deve fazer televisão, e como a cultura e a arte são importantes para a formação de um jovem. O programa Fábrica do Som foi um espaço musical criado pela TV Cultura em parceria com o Sesc para os futuros talentos da música, que foi ao ar pela primeira vez em 12 de março de 1982. Com apresentação de Tadeu Jungle, o programa era gravado no Sesc Pompéia e mostrava o trabalho independente de jovens artistas que produziam uma música diferente e tinham a preocupação de não se submeter a gravadoras. Uma vez por semana os iniciantes contracenavam com gente consagrada.  Esses jovens artistas são, hoje, alguns dos nomes mais importantes da cena do rock nacional, entre eles, Titãs, Ira! e Ultraje a Rigor. O Fábrica do Som foi escolhido Melhor Musical pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) em 1982.  Estiveram no programa artistas revelados no I Festival Universitário de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Cultura no final dos anos de 1970, como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e o grupo Premeditando o Breque. “O Fábrica do Som e o Sesc Pompéia surgiram num momento de grande efervescência em todo o país”, explica Estanislau da Silva Salles, gerente da unidade na época e hoje gerente de programas socioeducativos do Sesc. Ele comenta que o programa foi um marco na história da cidade e até do país. “O público chegava a duas mil pessoas, vinha gente até de outros estados.” A comunhão foi perfeita, o Sesc Pompéia tinha nascido para ser algo realmente novo e o pessoal que idealizou o Fábrica do Som só tinha olhos para a novidade.  As histórias daquela época são muitas, entre as memoráveis vale lembrar a de João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso, tocando com o Ultraje a Rigor, com o Língua de Trapo, os Titãs e o Ira!. Teve também o poeta Paulo Leminski falando sobre a geração beat; o poeta Wally Salomão recitando poemas; Luís Fernando Guimarães cantando (!!!) no grupo Asdrubal Trouxe o Trombone; e a presença de José Roberto Aguillar com sua Banda Performática. Isso sem mencionar as várias conversas malucas que Tadeu Jungle tinha com a platéia. Para quem nunca assistiu ao programa segue um link super legal: http://www.youtube.com/watch?v=oPAkELRTwb4. Confiram!!!

Lira Paulistana

Vamos a mais uma história que fez parte de minha adolescência e que por coincidência  a Maga Lieri cantou neste espaço que foi primordial para os artistas independentes nos anos 80. Entre 1979 e 1986, funcionou na Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, São Paulo, o Teatro Lira Paulistana -nome tirado da obra homônima de Mário de Andrade, de 1946. Fundado por Wilson Souto Jr., o Gordo, o Lira passou de palco de produções alternativas – começou como teatro – a centro irradiador do que viria a se chamar Vanguarda Paulista. Durante esse período o Gordo foi aceitando sócios. O pioneiro, Chico Pardal, que ainda colabora com o Gordo, hoje dono da gravadora Atração; Plínio Chaves, já falecido, deflagrador da carreira de Ná Ozzetti; o jornalista Fernando Alexandre G. da Silva, responsável pelo Lira Paulistana, a primeira publicação a tentar emular o Time Out inglês e o Pariscope francês – as revistas semanais ainda tentam; Ribamar de Castro que, entre outros feitos, transformou o logotipo do teatro, com o perfil de São Paulo, em uma linha de neón. E fez história. Há uma década radicado na Espanha, Riba está em São Paulo para colocar o Lira “em seu devido lugar”. Detentor de um vastíssimo material sobre o teatro, Ribamar pensava em escrever a respeito do assunto quando a idéia de fazer um documentário o atropelou. Desde outubro passado, Riba percorre a cidade acompanhado pelos profissionais da Lente Viva Filmes, Fabriketta de Cinema e DCine, gravando depoimentos, buscando locais originais, desfazendo lendas e criando outras. O resultado chegou às telas no segundo semestre de 2009 e já é considerado uma revolução. O motivo é simples. Embora quase três décadas tenham se passado, não há um dia que alguma figura que pisou no palco do Lira Paulista não esteja se apresentando em algum lugar da cidade. Mesmo assim o leitor não encontra nenhuma informação sobre o Lira reunindo teatro, movimento, momento histórico, nada, seja em enciclopédias de música, publicações, o que for. Para completar, há claros indícios de que a figura de Itamar Assumpção, cantor e compositor falecido em 2003 a quem o filme é dedicado, torne-se hype nos próximos meses. Além do filme do Riba, da Caixa Preta, com sua discografia a ser lançada pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) e o DVD pelo Itaú Cultural, Itamar tornou-se a figura mais escolhida para tema de TCCs (trabalhos de conclusão de curso), teses de mestrado, doutorado, monografias e matérias de revistas. Ouvidos atentos. Ribamar de Castro é uma daquelas figuras que só a Vila Madalena do final da ditadura podia ter produzido. Ele praticamente definiu o conceito de agitador cultural. Um dos seus primeiros feitos foi projetar filmes de um apartamento nos prédios vizinhos, com as caixas de som nas janelas, para que todos pudessem assistir enquanto bebericavam. Baixinho, barba, óculos e sempre encimado por um quepe da Legião Estrangeira, ele embarcou na aventura do Teatro Lira Paulistana já definindo seu apelo visual, e sua experiência em Barcelona só o aproximou ainda mais da Benedito Calixto. Para começo de conversa, a denominação Vanguarda Paulista foi criada pela imprensa baseada no fato de Arrigo Barnabé trazer a clara e crocodilesca influência dos compositores de vanguarda do princípio do século passado. Logo, tudo o que não era MPB-bossa incluído na música pós-tropicalista de Itamar – os grupos Rumo, Premê e Língua de Trapo, no repertório de cantoras como Cida Moreira e Eliete Negreiros, de regionalistas como Passoca ou o grupo Paranga, das formações de jazz em torno do pianista Lelo Nazário -, tudo foi resumido como… vanguarda. Na verdade o assunto que dava liga a todas essas pessoas era música independente. Independente das gravadoras. Como Antonio Adolfo e seu disco sintomaticamente batizado Feito em Casa. Fora isso, aquelas pessoas não tinham nada em comum – como observou o jornalista e pesquisador Zuza Homem de Mello, “os pintores de Paris da época de Picasso também não tinham” – exceto o Lira e a proximidade da Universidade de São Paulo (USP). Mas como “toda regra etc.”, Arrigo nunca tocou no Lira e Itamar nunca estudou na USP. Mas isso é assunto para mais de metro. O fato é que o Lira já existia há um ano quando o Gordo e sua turma descobriram Itamar em um festival da Madalena. Logo Arrigo lançaria o primeiro disco independente dessa safra. Itamar passou a se apresentar no Lira e os responsáveis descobriram que se quisessem lançar um disco teriam de fundar um selo também. Assim surgiu Beleléu, Leléu, Eu, de Itamar, e o selo Lira Paulistana, hoje ambos lendários. Rumo, Premê e Língua, entre tantos outros, fizeram daquele porão minúsculo – cabiam 150 pessoas se tanto – seu lar permanente, criando a mística do Lira. Na verdade se houve grupo que surgiu no Lira, seria da geração seguinte, do chamado BRock. Os membros dos Titãs, Ira! e Ultraje a Rigor, por exemplo, eram meninos que ensaiavam à tarde no teatro desocupado. Mais assunto. Riba está entrevistando todo mundo. Os “meninos” também. E tentando desviar o assunto de música exclusivamente. Tanto que o nome da sociedade era Centro de Promoções Artísticas Lira Paulistana. As coisas aconteciam. Como lembra Laerte Fernandes de Oliveira em seu livro Em um Porão Em São Paulo (Anna Blume – 2002), quando O Homem Que Virou Suco, de João Batista de Andrade, foi premiado em Moscou havia desaparecido das telas no Brasil, sendo exibido apenas no Lira. O mural ao lado do teatro era ocupado por artistas plásticos que se revezavam a cada dois meses. A Edições Lira Paulistana tem como primeiro volume Minorias, do estreante Glauco, o cartunista. O jornal teve 12 edições e os shows do porão ganharam as praças, com patrocínio da US Top, e o País, batizados Boca no Trombone. Muita água rolou. E Ribamar está aí para filtrar e contar.